Veja o que você deve fazer para não passar sufoco financeiro e ainda economizar!
De acordo com pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 46 por cento dos brasileiros não
controlam seu orçamento. “Como consequência dessa falta de controle
financeiro a pessoa sofre com dívidas e incapacidade de realizar sonhos,
além de não conseguir guardar um dinheiro para imprevistos e para
aposentadoria, pois não consegue poupar para nada disso”, diz o educador
financeiro José Vignoli. Tanto que, segundo a mesma pesquisa, apenas 41
por cento dos entrevistados afirmam conseguir fechar o mês com algum
dinheiro sobrando. “A educação financeira não se resume ao simples ato
de poupar. Trata-se de adotar uma atitude consciente ao impor critérios
na utilização do seu dinheiro, sabendo planejar as próprias contas a
curto e longo prazo”, explica Vignoli. Veja abaixo sete práticas para
organizar as contas e não passar aperto financeiro!
1 – Educação financeira
Educação financeira é um comportamento, um modo de pensar e gastar
seu dinheiro que permitirá a conquista de objetivos. “Ela deve fazer
parte da formação básica dos cidadãos. Controlar gastos, fazer um
planejamento antes de ir às compras e evitar consumir por impulso são
algumas atitudes simples que deveriam ser assimiladas desde criança”,
explica Vignoli. Basicamente, através da educação financeira,
disciplina, planejamento e mudança de hábitos e comportamentos pode-se
conseguir realizar qualquer sonho que você tenha: o segredo é gerenciar
muito bem sua renda.
2 – Controle do orçamento
Atitude básica para implementar a educação financeira na sua vida é
manter um controle dos seus gastos e receitas. Segundo dados da
pesquisa, uma parcela significativa da população (46 por cento) não faz
qualquer tipo de controle efetivo (sem registro, controle feito por
terceiros ou registro “de cabeça”). “Não importa a ferramenta, importa
que o método seja organizado. Algumas pessoas têm facilidade com
planilhas ou aplicativos, outras não. O fundamental é registrar o que se
ganha e se gasta e jamais confiar na memória porque ela falha”, orienta
o educador financeiro. Para ter uma ideia geral de suas entradas e
saídas, conte com o nosso Simulador Diagnóstico Financeiro.
“Para ajudar ainda mais, é interessante organizar os gastos em grupos
como despesas com a casa, educação, saúde e lazer, e entender como você
gastou seu dinheiro ao longo do mês. Dessa maneira, é possível traçar
maneiras de otimizar as despesas do dos próximos trinta dias”, aconselha
Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil.
3 – Disciplina no controle dos gastos pessoais e da família
Falta de disciplina é citada por 26,3 por cento como a principal
justificativa de não fazer o controle dos gastos. “A disciplina é parte
fundamental para uma vida financeira saudável. Somente com um pouco de
esforço e vontade de manter uma vida financeira equilibrada é que se
adquire este hábito”, diz Vignoli. Isso significa não somente anotar
exatamente o quanto entra e o quanto sai de dinheiro, mas também fazer
um controle, segurando os gastos quando necessário. “O aperto financeiro
e a necessidade de quitar as contas leva algumas pessoas a acharem que
dívida é algo natural, mas não é. Controlando os gastos é possível viver
com a renda que se ganha e ainda pensar em criar uma reserva
financeira”, complementa o educador financeiro. Lembre-se que é
importante ter uma visão além do controle mensal, pensando, por exemplo
no planejamento de um ano para frente. Neste controle também é
fundamental incluir a família, tanto nos planos a longo prazo quanto em
conversas sobre a necessidade de economizar e viver dentro do que o
padrão de vida da família permite.
4 – Redução do consumo de roupas, calçados e acessórios
Segundo a pesquisa, 30 por cento dos brasileiros reconhecem ter
comprado, nos últimos três meses, algum bem que fez com que excedessem
seu limite financeiro. Nesse quesito, os itens líderes de parcelamento
são as roupas e calçados (63 por cento), eletrônicos (58 por cento) e
eletrodomésticos (44 por cento). “O consumismo, tendo ou não dinheiro
para bancar tantas vontades, parece ser a regra para algumas pessoas.
Quem compra apenas o que precisa, no mundo de hoje, é cada vez mais a
exceção”, diz Vignoli. A pergunta é: todo esse consumo, no fim do dia,
vale a pena? “A verdadeira felicidade não está no número de coisas que a
gente possui, mas sim em ter aquilo que realmente queremos. Uma vida
organizada e simples permite que tenhamos tranquilidade financeira para
fazer o que realmente gostamos. Por isso, adquirir bens materiais de
forma desenfreada pode até trazer uma injeção rápida de alegria, mas
essa sensação logo se acaba, deixando a pessoa com o estresse de não
saber como pagar as contas no fim do mês”, pondera o especialista. Por
isso, sempre que sentir vontade de comprar algo, pergunte a si mesmo se
de fato precisa daquilo e se ter esse item compensa o dinheiro que
investirá nele – dinheiro este que poderia estar indo para a realização
de um sonho maior.
5 – Realização de reserva financeira
Apenas 14,5 por cento dos brasileiros aplicam parte de seus
rendimentos em uma poupança ou investimento. E, ainda segundo a pesquisa
do SPC Brasil, 29 por cento atrasam o pagamento de algumas contas
quando o orçamento não é suficiente para honrar os compromissos
mensalmente – destes, 24 por cento atrasam ao menos uma conta todo mês.
Para Vignoli, esta dificuldade em poupar é reflexo da “cultura do
imediatismo” que conduz o pensamento de boa parte dos brasileiros.
“Frente um imprevisto, as famílias se encontram totalmente despreparadas
financeiramente para arcar com gastos não planejados. O resultado? Mais
dívidas”, alerta o especialista. Então, informe-se sobre possibilidades
de investimentos e qual a melhor forma de começar a poupar. “Economizar
100 reais por mês, em longo prazo, faz uma enorme diferença. O
importante, mais do que o quanto você poupa, é o hábito de sempre
poupar”, diz Vignoli. Nosso Simulador de Investimentos
ajuda na escolha da melhor forma de aplicar seu dinheiro, com
segurança. “Por fim, é importante garantir três tipos de reserva
financeira. A primeira para realização de sonhos, a segunda para um
eventual imprevisto e a última para se aposentar com tranquilidade”,
conclui Marcela.
6 – Reserva de dinheiro para o lazer
“Ao se planejar financeiramente, é importante incluir nos seus gastos
uma lista de desejos, de coisas que gosta de fazer, como conhecer novos
restaurantes, por exemplo. “O desafio aqui é saber encaixar esses
“luxos” no orçamento familiar. A boa notícia é que, ao se planejar, a
pessoa também acaba revendo certos hábitos, descobrindo o que de fato é
importante”, explica Vignoli. Neste processo, estipule o quanto gastará
mensalmente com o lazer. Como? “Separe o valor necessário para despesas
fixas e construção de uma reserva financeira. A partir daí, defina,
dentro do que restou, o que vai para diversão e desejos”, ensina o
educador financeiro. Com esse valor em mente, você pode gastar sem medo
de ultrapassar os limites que seu orçamento permite.
7 – Pesquisas de preço e a importância de pechinchar
Hoje em dia, com a facilidade da internet, pesquisar preços está mais
fácil e não toma muito tempo. “Este é um hábito fundamental ao comprar
qualquer produto ou serviço, especialmente neste momento econômico do
país. Lojas físicas, sites e até aplicativos ajudam a economizar, não
tem nem a desculpa da preguiça”, enfatiza Vignoli. Entre os aplicativos
que ajudam a pesquisar os melhores preços estão o BuscaPé, MeuCarrinho e BoaLista. Ao pesquisar os preços, considere comprar marcas mais baratas,
experimentando opções que podem ter a mesma qualidade, com o
diferencial de serem mais em conta. Por exemplo, segundo levantamento da
consultoria Kantar Worldpanel, os produtos de marca própria – aqueles
produzidos pelos supermercados – têm preços até 55 por cento mais baixos
que as marcas mais renomadas. Por fim, pechinche! “Fica difícil pedir
um desconto no supermercado? Pois que tal comprar a carne no açougue,
muitas vezes negociando direto com o dono?” ensina Vignoli. Só não caia
na ilusão de achar que parcelar a compra é desconto. Desconto é quando o
preço diminui e este deve ser o objetivo na hora da pechincha. Para
facilitar ainda mais a negociação, procure pagar em dinheiro, já que os
estabelecimentos costumam pagar uma taxa à operadora quando o cliente
usa cartão, seja de débito ou crédito. Com o dinheiro em mãos, tente
sempre negociar o desconto dessa taxa.
Este texto foi publicado em Meu Bolso Feliz; por Paula Aftimus.